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CONCURSO CHALÉS TURÍSTICOS COMUNIDADE CUMBÉ

Âncora 1

BRASILIDADE

“No final do dia o fogo apagou-se cedo e a noite caiu rápida e negra sobre as ondas do mar.

O vento quente fez o sono ser leve como o balança da rede que suspendia meu corpo. Acordei com os primeiros raios de sol, rasgando as frestas da parede de madeira, a aquecerem meu corpo. Apoiei os pés no frio chão de terra batida. Olhei pela janela e lá estava ela: cabelos levados pelo vento da manhã, pés descalços mergulhados na areia da praia, pele morena de uma vida inteira sob o tempo e ela rendava e a renda parecia uma história que ela ia contando em cada nó que ela fazia.”

    Cumbe é a transfiguração da Brasilidade, da multiplicidade, da essência brasileira, da identidade de um povo que desenvolveu sua própria arquitetura. E essa arquitetura conta a história sobre quem aquela gente é, ela é escrita na entrelaçada de cada tijolo de argila batida do adobe, em cada madeira cortada à facão, em cada telha esculpida na pele. Os elementos construtivos fazem parte de uma concepção única feita com a maestria do povo que vive lá para que a sua arquitetura conte as histórias, que seja ela a transfiguração física de um povo que batalha pela terra que tem e pela sua origem. Que seja essa arquitetura a ferramenta que afirme a cultura, os costumes e que venha dialogar com o ambiente sensível.

 

    Os chalés comunitários são construídos a partir de módulos de 1,60 x 1,60m com a intenção de aproveitar a mesma forma de execução e ideias construtivas com a possibilidade de adaptá-las aos diferentes tipos de terreno, seguindo a mesma leitura e ritmo nas arquiteturas. A arquitetura dos chalés une os materiais construtivos e técnicas locais tendo como premissa as condições climáticas, propondo uma arquitetura permeável que abre espaço para as correntes de ar retirando o calor da edificação, sistema de captação da água da chuva, paredes espessas no orientação norte/oeste, aberturas leves e vazadas, rendas bordadas que possuem a função de brise-soleil, obtendo um conforto térmico dentro da edificação, tornando-a sustentável.

    A arquitetura dos chalés assume o “sentido de si”, se tornando um unificador social e valorizar toda a exuberância natural que vem se perdendo com a lesão da consciência social-comunitária gerada pelo conflito. A brasilidade na diversidade de biomas compreende um contexto ímpar que é pano de fundo na construção dessa nova arquitetura, um elemento que representa o lar, o cuidado e a essência da casa com o bordado das rendas assim, a arquitetura torna-se patrimônio histórico quando assume a função de lugar social e expressa a historicidade da sociedade a qual se insere. Ela nada mais é que testemunha viva de todo o processo histórico de Cumbe.

    Devido as altas temperaturas registradas no ano, o chalé possui paredes leves e vazadas para que as correntes de ar passem pelo ambiente retirando o ar quente de dentro. Nas piores orientações solares, foi projetado paredes espessas com tijolo e adobe. Os chalés comunitários e sustentáveis possuem uma cisterna que armazena a água da chuva nos meses de março, abril e maio através do sistema de calha que direciona a água através de um cano junto a parede de adobe.

FICHA TÉCNICA

USO Comunitário

LOCALIZAÇÃO Comunidade Cumbé, Aracati, Ceará, Brasil

ÁREA CONSTRUÍDA 38,84 m²

ANO DO PROJETO 2019

EQUIPE Dionatan Grando, Lucas Destri, Roger Trevisan, Sônia Souza, Janaína Piazza e Rodrigo Mello

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